quarta-feira, 24 de abril de 2013

Visita aos Postos de Trabalho das Embarcações e Edifício de Apoio


A fim de testarmos mais uma Lista de Verificação, agora destinada às funções desempenhadas pelos pilotos e tripulantes das lanchas, realizámos uma visita ao Edifício de Apoio do Porto de Serviços, ao Porto de Serviços, ao Porto de Abrigo e às embarcações que se destinam ao transporte dos pilotos até aos navios. Esta visita tão abrangente, teve como finalidade verificar o percurso efetuado pelos pilotos e restantes profissionais envolvidos no processo de embarque em navio.   
Seguindo o mesmo modelo dos documentos de avaliação anteriores, este, encontra-se dividido por Edifício de Apoio e Embarcações. A primeira parte,  engloba todas as atividades desenvolvidas no edifício , nomeadamente trabalhos administrativos e descanso do pessoal sendo avaliadas as condições de Higiene e Segurança da sala destinada a esse mesmo fim, incluindo cozinha e instalações sanitárias/Balneário. Nas Embarcações são verificadas as condições gerais da mesma e os todos os equipamentos de salvamento.

Segundo o ponto 1, do artigo 19.º, do CAPÍTULO II do  Decreto-Lei 265/72 de 31 de julho, as lanchas classificam-se como Embarcações Auxiliares, sendo para os efeitos embarcação,  todo o engenho ou aparelho de qualquer natureza, exceto um hidroavião amarado, utilizado ou suscetível de ser utilizado como meio de transporte sobre água. 

Nas avaliações das embarcações, deve ser tida especial atenção:
  • Ao local onde as mesmas se encontram atracadas, pois este deve ser seguro de modo a permitir um embarque fácil e em segurança;
  • Devem ser bem higienizadas e arrumadas;
  • Todos os objetos devem estar bem fixos de modo a evitar possíveis danos;
  • A Iluminação artificial deve ser adequada/suficiente quando realizado trabalho noturno;
  • Os ruídos/vibrações provocados pelo funcionamento dos motores da embarcação, não devem prejudicar a saúde e o bem-estar dos ocupantes da mesma;
  • O equipamento elétrico deve encontrar-se em bom estado de conservação;
  • As embarcações devem estar providas de depósitos de resíduos;
  • Deve existir sinalização adequada quanto à utilização de EPI's;
  • O trabalhador deve possuir EPI adequado ao desempenho das suas funções (devendo ter presente as condições de utilização, conservação e substituição).
  • O trabalhador não deve utilizar EPI que não tenha sido fornecido pela empresa.

No que respeita aos equipamentos de salvamento:
  • Os meios de sinalização e salvamento devem estar devidamente identificados;
  • As embarcações devem possuir jangadas, (que podem ser pneumáticas de modelo simplificado com equipamento mínimo ou abertas reversível),para todas as pessoas embarcadas.
  • Devem existir coletes de salvação em número correspondente ao número de pessoas a embarcar.
  • A lancha deve possuir pelo menos dois sinais para-quedas;
  • A lancha deve possuir pelo menos dois fachos de mão.
  • A lancha deve possuir pelo menos uma boia de salvação equipada com retenida flutuante.
  • Os meios de combate a incêndio devem encontrar-se válidos, em bom estado de conservação e corretamente armazenados.
A manobra de embarque acarreta muitos perigos que não podem ser de todo eliminados, no entanto, se forem mantidas condições de segurança, podem ser reduzidos. O vídeo seguinte, mostra como é efetuado o embarque do piloto para o navio.

 


Fatores que podem aumentar o risco de acidentes:
  • Longos turnos de trabalho que causam cansaço;
  • Navios velhos ou que não têm uma manutenção adequada;
  • Presença de maquinaria perigosa;
  • Espaços de trabalho exíguos e com obstáculos;
  • Perigos próprios da atividade (por exemplo, o mar, as condições meteorológicas);
  • Falta de formação ou de conhecimentos especializados;
  • Falta de controlo do desempenho em matéria de segurança;
  • Não identificação de perigos;
  • Não aplicação ou utilização de medidas de segurança ou de equipamento de proteção.

Perigo provenientes das embarcações

Ruído

O elevado nível de ruído da maquinaria é comum a bordo das embarcações. Sempre que possível, deve-se evitar a exposição dos trabalhadores a ruídos por outros meios além da proteção auricular, designadamente:
  • Introduzindo controlos mecânicos (por exemplo, equipando os exaustores de ar com silenciadores);
  • Introduzindo elementos de controlo do ruído entre a fonte e o trabalhador;
  • Alterando as modalidades de trabalho;
  • Realizando a manutenção de maquinaria e equipamento.

Frio, humidade, vento e sol

O processo de embarque também é praticado em diversas condições ambientais como, frio, humidade, vento e calor, condições estas que aumentam o risco de lesões e doenças. O risco de lesões da pele e dos olhos causadas pela exposição ao sol é maior no mar do que em terra pois não existe atenuação da reflexão da luz solar no mar.
É necessário usar vestuário de trabalho justo, isotérmico e resistente à água, bem como cremes solares com um elevado fator de proteção. Os óculos de sol contribuem para prevenção dos Problemas oftalmológicos.

Como se pode verificar no vídeo apresentado, o piloto realizada o embarque com a ajuda de um outro tripulante, manobra arriscada que poderia ser minimizada se ambos colocassem arnês (imagem 1). A maior parte dos navios têm grade altura, e possuem escadas quebra-costas (imagem 2) tornando este processo moroso e muito perigoso, possibilitando queda ao mar.


Imagem 1: Arnês
Imagem 2: Escadas Quebra-Costas



















É necessário conferir prioridade a medidas que eliminem ou reduzam os perigos na sua origem e que proporcionem uma proteção coletiva uma vez que as quedas em altura constituem a causa mais comum de lesões e mortes. 

Documentos de Interesse:

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