sábado, 30 de março de 2013

Riscos Biológicos

Imagem 1: Sinal indicativo de perigo Biológico
Na nossa vida quotidiana estamos constantemente expostos a microrganismos, no entanto, apenas uma porção destes pode provocar doenças nas pessoas. Entende-se por microrganismo qualquer entidade microbiológica, celular ou não, dotada de capacidade de reprodução ou de transferência do material genético.
Os agentes biológicos são seres vivos de dimensões macroscópicas, presentes no local de trabalho, que podem provocar efeitos negativos na saúde dos trabalhadores. São microrganismos capazes de originar qualquer tipo de infeções, alergias ou toxicidade no corpo humano. Da sua presença nos locais de trabalho podem advir situações de risco para os trabalhadores.

Todos os anos, cerca de 320 000 trabalhadores morrem em todo o mundo devido a doenças contagiosas, dos quais cerca de 5 000 na União Europeia.
São agentes biológicos Bactérias, Vírus, Parasitas, Fungos e podem ser classificados e 4 grupos distintos, tal como indica a tabela seguinte:
 
                                         Tabela 1: Adaptado do ponto 1, artigo 4º, do Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de abril
 O agente biológico que não puder ser rigorosamente classificado num dos grupos definidos no número anterior deve ser classificado no grupo mais elevado em que pode ser incluído.

Quais os meios de transmissão possíveis? 
  • Água;
  • Ar;
  • Solo;
  • Animais;
  • Matérias-primas.

Quais as vias de entrada dos agentes biológicos no organismo?
  • Via respiratória - inalação de aerossóis;
  • Via cutânea e mucosas - lesão na pele (picada);
  • Via digestiva - sempre que não são cumpridas as medidas de higiene individual antes da ingestão de alimentos ou são cometidos erros técnicos.

Como prevenir?

Prevenção técnica
  • Dispor de instalações sanitárias e de vestiário adequadas para a higiene pessoal dos trabalhadores;
  • Evitar a utilização de agentes biológicos perigosos sempre que a natureza do trabalho o permita, substituindo-os por outros agentes que não sejam perigosos ou causem menos perigo para a segurança ou saúde dos trabalhadores.
  • Limitar ao mínimo o número de trabalhadores expostos ou com possibilidade de o serem;
  • Modificar processos de trabalho e medidas técnicas de controlo para evitar ou minimizar a disseminação dos agentes biológicos no local de trabalho;
  • Utilizar sinalização indicativa de perigo biológico;
  • Elaborar planos de ação em casos de acidentes que envolvam agentes biológicos;
  • Utilizar meios de recolha, armazenagem e evacuação dos resíduos, após tratamento adequado, incluindo o uso de recipientes seguros e identificáveis sempre que necessário;
  • Utilizar processos de trabalhos que permitam manipular e transportar, sem risco, os agentes biológicos.

Prevenção médica
  • Registo da história clínica e profissional do trabalhador;
  • Avaliação individual do estado de saúde do trabalhador;
  • Vigilância biológica, sempre que necessária;
  • Rastreio de efeitos precoces e reversíveis.

Prevenção dos trabalhadores
  • Impedir que o trabalhador fume, coma ou beba nas zonas de trabalho com risco de contaminação por agentes biológicos;
  • Assegurar formação e informação adequada aos trabalhadores no início de uma atividade profissional que implique contactos com agentes biológicos;
  • Disponibilizar meios de proteção coletiva e individual, se a exposição não puder ser evitada por outros meios;
  • Fornecer ao trabalhador vestuário de proteção adequado;
  • Assegurar que todos os equipamentos de proteção são guardados em local apropriado, verificados e limpos, se possível antes e, obrigatoriamente, após cada utilização, bem como reparados ou substituídos se tiverem defeitos ou estiverem danificados;
  • Implementar de medidas de higiene compatíveis com os objetivos da prevenção ou redução da transferência ou disseminação acidental de um agente biológico para fora do local de trabalho;


Documentos de Interesse:
  • Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de abril, Estabelece prescrições mínimas de proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos da exposição a agentes biológicos durante o trabalho.
  • Portaria nº 405/98 de 11 de julho, Aprova, a classificação dos agentes biológicos reconhecidamente infeciosos para ser humano, visando a proteção dos trabalhadores a eles expostos. 
  • Portaria 1036/98 de 15 de dezembro, Altera a lista dos agentes biológicos classificados para efeitos de prevenção de riscos profissionais, aprovada pela Portaria 405/98, de 11 de Julho. 


sexta-feira, 29 de março de 2013

Visita aos Postos de Trabalho do Edifício Administrativo

Olá caros leitores!

Nesta terceira semana de estágio, para além de continuarmos a elaborar Listas de Verificação a serem implementadas durante as visitas aos locais de trabalho de modo a identificar os perigos existentes, tivemos oportunidade de realizar uma dessas visitas, afim de testarmos um dos nosso instrumento de avaliação.
A lista de verificação destinada ao Edifício Administrativo (Imagem 1) encontra-se dividida por tópicos principais e subtópicos, uma organização congruente que facilita o seu preenchimento. 
O primeiro tópico é designado por Condições Gerais do Posto de Trabalho, sendo complementado com os subtópicos:
  • Disposições Gerais, que engloba um total de  22 itens.

O segundo tópico, Equipamentos e Mobiliário do Posto de Trabalho, encontra-se subdividido por:
  • Cadeiras/Assentos, com 7 itens;
  • Secretárias e outro Mobiliário, com 5 itens;
  • Equipamento Informático, com 12 itens.

Durante a visita e preenchimento da check-list, conseguimos detetar alguns erros na mesma, e alguma ausência de informação relevante. Todas as falhas identificadas foram posteriormente corrigidas, sendo esta lista de verificação um modelo já implementado pelo departamento de Segurança para posteriores visitas.
Todos os itens descritos na Lista de verificação, foram adaptados dos diplomas legais em vigor, referidos na mesma. A visita realizou-se no Edifício Administrativo, tendo sido avaliados dois postos de trabalho de funções administrativas.


Imagem 2: Esboço de Lista de Verificação Edifício Administrativo

Existem fatores ambientais, que interagindo com o trabalhador, podem provocar alterações no seu estado de saúde. Estes fatores denominam-se Agentes e podem ser:

  • Físicos (ruído, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, ambiente térmico);
  • Químicos  (partículas, fibras, fumos, aerossóis, gases e vapores); 
  • Biológicos  (microrganismos, vírus, bactérias, fungos);
  • Ergonómicos  (fatores fisiológicos e psicológicos relacionados com a atividade laboral desempenhada pelo trabalhador). 
 Nas próximas publicação irei falar especificamente sobre cada tipo de risco.

Avaliação de Risco Implementada na APS

A avaliação de risco implementada na APS, permite a tomada de medidas necessárias para proteger a saúde e segurança dos trabalhadores. Medidas estas que incluem:
  • Prevenção de riscos profissionais;
  • Prestação de informação aos trabalhadores;
  • Prestação de formação aos trabalhadores;
  • Adequação da organização e de meios para a implementação das medidas necessárias.
Assim sendo, é seguido um Procedimento Interno utilizando o Modelo Simplificado, que estabelece a metodologia para a identificação de aspetos ambientais e perigos que têm ou possam ter impacto no ambiente, segurança e saúde na avaliação dos impactos ambientais e dos riscos para a segurança e saúde, resultantes da atividades e serviços da APS enquanto Autoridade Portuária, e que esta possa influenciar e sobre os quais tem controlo.


Método de avaliação de risco
A identificação de perigos e a avaliação de risco complementa de forma sistemática as atividades de rotina e ocasionais, atividades de todo o pessoal e prestadores de serviço no local de trabalho e nas instalações, quer sejam disponibilizadas pela organização quer por terceiros. 
Para a Identificação de perigos os instrumentos de avaliação utilizados, são as listas de verificação. As listas de verificação são os instrumentos de avaliação mais utilizados, pois permitem uma vasta identificação de perigos.
Na Avaliação de Risco, é valorizada a probabilidade de ocorrência e os efeitos da materialização do perigo identificado, sendo classificado o Nível de Exposição (NE) da seguinte forma:

Tabela 1: Classificação do Nível de Exposição

Assim como o Nível de Medidas Preventivas (NMP), que se classifica do seguinte modo:

Tabela 2: Classificação do Nível de Medidas Preventivas

Os dois indicadores são relacionados de acordo com a seguinte tabela, sendo definido o Nível de Probabilidade de ocorrência do perigo.

Tabela 3: Nível de Probabilidade

Tabela 4: Descrição do Nível de Probabilidade, Tabela 3

Também para cada perigo identificado é determinado o seu Nível de Gravidade tendo em conta os seguintes critérios:

Tabela 5: Nível de Gravidade

Por fim, a combinação do Nível de Probabilidade (NP) e do Nível de Gravidade (NG), de acordo com a seguinte tabela, permite determinar o Nível de Risco:


Tabela 6: Nível de Risco

A conclusão deste processo é feita com preenchimento de um modelo predefinido da Avaliação de Ricos onde fica registado:

  • Qual o posto de trabalho em causa;
  • A tarefa desenvolvida;
  • O Perigo existente;
  • O efeito do Perigo;
  • A causa do Perigo;
  • O Nível de Risco;
  • Se a legislação aplicável e a Politica de Segurança estão ou não a ser cumpridas;
  • O Nível de Controlo;
  •  A Aceitabilidade do Risco;
  •  Medidas Corretivas/Preventivas.

Sempre que um colaborador detete um novo perigo (originado pela introdução de um novo equipamento de trabalho, mudança de posto de trabalho, entre outros) ou uma possibilidade de melhorar a sua segurança e saúde no trabalho, deve expor a situação ao seu superior hierárquico ou seu substituto.

As revisões da identificação de perigos e avaliação de risco são feitas anualmente, pelos Técnicos Superiores de Higiene e Segurança e pelo Médico do Trabalho.

Documentos de Interesse:

  • INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATIONCode of practice on security in ports (Manual de boas práticas com orientações para desenvolver e implementar uma estratégia de segurança portuária adequada às ameaças de segurança)
  • quinta-feira, 21 de março de 2013

    Avaliação de Risco

    "Para além das mortes relacionadas com o trabalho, por ano, existem 268 milhões de trabalhadores vítimas de acidentes não mortais, que provocam a sua ausência no local de trabalho pelo menos durante três dias, e uns 160 milhões de novos casos de doenças profissionais."
     Organização Internacional do Trabalho (OIT)

    Todos os anos, milhares de trabalhadores ficam lesionados no trabalho ou entram de baixa por motivos de stresse, de sobrecarga de trabalho, lesões músculo-esqueléticas, problemas de visão, problemas de audição, problemas respiratórios ou outras doenças relacionadas com o trabalho. Para além do custo humano que isso acarreta, os acidentes e as doenças profissionais afetam a produtividade das empresas. A avaliação de riscos constitui, pois, a base da abordagem de uma gestão eficaz da segurança e saúde e é fundamental para reduzir as doenças profissionais e os acidentes de trabalho. Esta avaliação pode melhorar a saúde e a segurança dos trabalhadores, bem como, o desempenho das empresas.
    Para melhor percebermos a conceção de avaliação de risco, é importante esclarecer algumas definições, sendo estas dúvidas assíduas:

    Perigo a propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento, um agente ou outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano; 

    Risco, a probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização, exposição ou interação do componente material do trabalho que apresente perigo; sendo o risco profissional, a probabilidade de um trabalhador sofrer danos provocados pela tarefa que desenvolve; 

    Incidente, acontecimento relacionado com o trabalho que, não obstante a severidade, origina ou poderia originar dano para a saúde; 

    Quase acidente, é um incidente em que não ocorrem lesões, ferimentos, danos para a saúde, ou fatalidade/morte; 

    Acidente de trabalho, é o que se verifica no local e no tempo de trabalho e produz direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença, da qual resulta redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. Considera-se também acidente de trabalho ocorrido:

    a) No trajeto de ida para o local de trabalho ou de regresso deste, nos termos referidos no número seguinte;
    b) Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para o empregador;
    c) No local de trabalho e fora deste, quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de representante dos trabalhadores, nos termos previstos no Código do Trabalho;
    d) No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou, fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa do empregador para tal frequência;
    e) No local de pagamento da retribuição, enquanto o trabalhador aí permanecer para tal efeito; 
    f) No local onde o trabalhador deva receber qualquer forma de assistência ou tratamento em virtude de anterior acidente e enquanto aí permanecer para esse efeito; 
    g) Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação do contrato de trabalho em curso; 
    h) Fora do local ou tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pelo empregador ou por ele consentidos.

    alínea a), ponto 1, Capítulo 1, da Lei nº 98/2009 de 4 de setembro

    Doença profissional resulta diretamente das condições de trabalho, constante na Lista de Doenças Profissionais (Decreto Regulamentar nº 76/2007 de 17 de julho), que causa incapacidade para o exercício da atividade ou morte.

    A avaliação de riscos é o processo de avaliação para a saúde e segurança dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho que envolve várias etapas:
    Esquema 1: Etapas da Avaliação de Risco
    Ø  Etapa 1

    Para todos os perigos presentes no local de trabalho serem identificados, é fundamental a observação de todo o espaço envolvente. Uma analise sistemática do local de trabalho, consiste na observação do mesmo durante a laboração ou então, saber exatamente quais as tarefas que ali são desempenhas e por quem. É também necessário analisar todas as operações e acontecimentos que não fazem parte da rotina do posto de trabalho (situações pontuais) e ter em atenção os perigos a longo prazo para a saúde dos trabalhadores. Devem ser consultados os registos de acidentes de trabalho ocorridos anteriormente e ter informação dos problemas de saúde de todos os trabalhadores.

    Ø  Etapa 2

    Nesta etapa pretende-se avaliar os riscos provenientes de cada perigo. É tido em consideração o grau de probabilidade de ocorrências, a gravidade do possível dano e a frequência da exposição do trabalhador.

    Ø  Etapa 3 

    Aqui existe a preocupação de eliminar o risco, no entanto, caso seja verificada essa impossibilidade, é importante uma correta avaliação como forma de reduzi-lo, garantindo assim,  a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
    Para que o risco seja reduzido ou controlado é importante seguir princípios gerais de prevenção:
    • Combater o risco na origem;
    • Adaptar o trabalho ao individuo;
    • Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
    • Desenvolver um plano de prevenção coerente;
    • Dar prioridade às medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual;
    • Fornecer instruções adequadas aos trabalhadores.

    Ø  Etapa 4 

    Aplicação das medidas de prevenção e de proteção através da elaboração de um plano de prioridades.

    Ø  Etapa 5 

    A avaliação deve ser revista regularmente para assegurar que se mantenha atualizada garantido a eficácia do controlo do risco.

    A avaliação de riscos é uma obrigação da entidade patronal e seus gestores, e deve ser realizada por técnicos qualificados, cuja autonomia técnica deverá ser respeitada no desempenho dessas atividades. Os trabalhadores e os seus representantes têm o direito  de ser informados, consultados e participarem, ao nível das suas atribuições, na respetiva avaliação.
    Na Lei nº 102/2009 de 10 de setembro, que regulamenta o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, são referidas as obrigações tanto do empregador como do trabalhador no que diz respeito à prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais.

    Deste modo, e sendo a prevenção um o conjunto de políticas e programas públicos, bem como disposições ou medidas tomadas ou previstas no licenciamento e em todas as fases de atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço, que visem eliminar ou diminuir os riscos profissionais a que estão potencialmente expostos os trabalhadores, mais do que uma obrigação da entidade patronal, a prevenção é um dever de todos.

    Na próxima publicação vou falar sobre a avaliação de risco realizada pelo departamento de Ambiente e Segurança da APS.
    Até breve!

    Documentos de Interesse:

    sexta-feira, 15 de março de 2013

    Dubai Port World estuda investimento no novo terminal de contentores do Porto de Sines


    A Administração do Porto de Sines e a Dubai Port World estão em conversações para o eventual investimento da empresa emiradense no novo terminal de contentores previsto para a cidade alentejana, admitiram hoje responsáveis ligados ao processo.


    “Temos tido contactos e conversas”, revelou à Lusa a presidente da Administração do Porto de Sines (APS), Lídia Sequeira. “Agora precisamos é de decisões da parte deles”, vincou a gestora, sublinhando a importância da Dubai Port World, que é “o terceiro maior operador de terminais [portuários] do mundo”.

    O embaixador dos Emirados Árabes Unidos (EAU) em Portugal, Saqr Nasser Al Raisi, afirmou hoje à Lusa que os responsáveis da Dubai Port World “já conhecem o potencial do porto de Sines”. “Já tivemos reuniões entre as duas partes, ao nível governamental e dos operadores”, indicou o diplomata, que falava à margem de uma visita ao complexo industrial e portuário de Sines, organizada pelo município e pela embaixada.

    Saqr Nasser Al Raisi garantiu que a visita à cidade do litoral alentejano serviria para abordar novamente este tema junto do Governo dos EAU e dos “interessados nesta área”.

    A APS procura um operador privado para a construção e gestão de um novo terminal de contentores, denominado Vasco da Gama, a par do já existente Terminal XXI, concessionado à PSA Sines, de Singapura.

    A Dubai Port World, segundo informação institucional, opera em mais de 60 terminais portuários em todo o mundo, sendo os de contentores responsáveis por cerca de 80 por cento das suas receitas.

    Com mais de 30 mil trabalhadores a seu cargo, a empresa está, atualmente, a executar desenvolvimentos e alargamentos em 11 portos de nove países.

    Diário do Alentejo
    15/03/2013

    quinta-feira, 14 de março de 2013

    Listas de Verificação

     "Um homem morreu nesta quinta-feira na sequência de um acidente de trabalho, no Porto"

    Jornal Público, 03/01/2013

    Segundo as estatísticas sobre acidentes de trabalho mortais em Portugal, objeto de ação inspetiva no âmbito da atuação da Autoridade Nacional para as Condições do Trabalho (ACT), observou-se uma diminuição de sinistros em 2012 relativamente ao ano anterior (2011).

    Tipo de Acidente
    2011
    2012
    2013
    Nas Instalações
    128
    117
    12
    In Itinere
    14
    16
    0
    Em viagem, transporte ou circulação
    19
    16
    4
    Total
    161
    149
    16

    Tabela 1Dados Estatística de acidente mortais em Portugal (2011/25 de fevereiro 2013)

    Ainda assim, são bastante frequentes notícias como a referida, e publicada no Jornal Público no dia 1 de janeiro do presente ano. Este tipo de acidentes, não apenas mortais como  não mortais, incidentes ou doenças profissionais,  são na maior parte dos casos, indicadores de deficiências nos locais de trabalho ou na sua envolvente. 
    A Higiene Saúde e Segurança no Trabalho é atualmente um tema de grande interesse para as organizações, independentemente das atividades desempenhadas e do número de trabalhadores que as realizem.
    A APS compreende normas e procedimentos internos que respeitam os requisitos legais em vigor mantendo assim, um controlo de carater preventivo com o objetivo de garantir a integridade física dos seus trabalhadores, e protegendo-os dos riscos inerentes ao desempenho das suas funções e do ambiente que os envolve. Assim, cabe ao técnico superior responsável pela Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, estudar fatores de risco presentes nos postos de trabalho, de modo a implementar medidas que visem aumentar o nível de segurança no local de trabalho.

    Nestas duas primeiras semanas de estágio, dedicámo-nos ao aperfeiçoamento de algumas Listas de Verificação já existentes e utilizadas pela Direção de Segurança e Ambiente, e procedemos à criação de novas listas, com a finalidade de melhorar e facilitar a avaliação aos postos de trabalho.
    As Listas de Verificação são utilizadas nas auditorias como auxiliares de memória sobre o que é necessário observar, e também como registo de informação adicional importante de ser recolhida. São consideradas ferramentas de ajuda na estrutura e condução das visitas aos locais de trabalho, facilitando em muito a elaboração do relatório final.

    Assim, o documento de avaliação, deve compreender:
    •  A identificação do auditor/ autores;
    • O posto de trabalho a ser auditado;
    • Data e hora da visita;
    • Trabalhadores envolvidos;
    • Os critérios específicos a avaliar, adaptados ao posto de trabalho a auditar;
    • Os registos dos resultados das observações, e conclusões estabelecidas.

    A função das listas de verificação é garantir a profundidade desejada da auditoria, abrangendo todos os aspetos necessários e compilando a informação necessária à preparação do relatório. A utilização de listas de verificação permite:
    •  A avaliação sistemática;
    • Garantir que todos os requisitos dos critérios estabelecidos são observados;
    • Facilitar o registo de assuntos que terão de ser esclarecidos/analisados com maior profundidade;
    • Facilitar a recolha de evidências;
    • Facilitar a elaboração do relatório final.

    As Listas de Verificação elaboradas, permitem respostas de “Sim/Não”, sendo consideradas como guia, facilitando as visitas aos postos de trabalho. Permitem também, avaliar as conformidades legais através da verificação de todos os requisitos contidos nas listas, sendo estes específicos para cada atividade a analisar.
    Seguindo todos estes requisitos, foi por nós elaborado um documento de avaliação que nos permite analisar espaços comuns a todos os edifícios e iniciados os documentos específicos para cada edifício, nomeadamente, referentes ao Edifício Administrativo e ao Edifício de Intervenção.
    De forma a avaliar também a opinião dos trabalhadores em relação ao seu posto de trabalho, foi preparado um questionário, que irá ser entregue aos mesmos, com o objetivo de perceber a sua satisfação pessoal e profissional em relação à atividade que desempenham. 
    Todas as listas de verificação após o seu preenchimento, quando realizadas as visitas aos edifícios, serão analisadas e consumados os resultados obtidos. Será posteriormente emitido um relatório coerente e preciso, com recomendações a aplicar para eliminar ou reduzir os riscos existentes, com intuito de zelar pela segurança individual e coletiva.

    Caros leitores, não se esqueçam de ir deixando as vossas opiniões! Até breve :)

    terça-feira, 12 de março de 2013

    Administração do Porto de Sines

    O Porto de Sines é líder nacional na quantidade de mercadorias movimentadas. Dispõe de terminais especializados com acessibilidades marítimas de excelência, tendo capacidade para acolher todo o tipo de navios devido às águas profundas envolventes. Encontra-se localizado no cruzamento das principais rotas marítimas internacionais, indicadas na imagem que se segue.

    Imagem 1: Rotas Marítimas Internacionais


    É composto por cinco terminais, sendo eles, o Terminal de Contentores, o Terminal de Gás Natural Liquefeito, o Terminal Petroquímico (etileno/propileno), o Terminal Multipurpose (carvão) e o Terminal de Granéis Líquidos (crude, gases, e petróleo).


    

    Imagem 2: Imagem aérea do Porto de Sines
    Imagem 3: Terminais do Porto de Sines


    O Porto funciona 365 dias por ano, 24 horas por dia, sendo o despacho de Navios e mercadorias efetuado através de uma plataforma tecnológica muito simplificada, denominada "Janela Portuária". Esta plataforma permite a rápida atracação do Navio em Porto, uma vez que toda a documentação necessária para o processo, fica disponível na mesma evitando períodos prolongados de espera em ancoradouro. 


    A APS.SA, é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos. Possui certificação conferida pela Lloyd's Register Quality Assurance, no que diz respeito à Qualidade e, atualmente também, aos Sistemas de Gestão de Ambiente, Saúde e Segurança, tirando partido de uma politica integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde no Trabalho, assegurando a plena satisfação dos seus clientes e partes interessadas, seguindo as NP EN ISO 9001:2008, NP EN ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007 e ainda afirmando uma posição de liderança e inovação no sector portuário (DOC).

    Esquema 1: Organograma APS

    O Departamento de Segurança e Ambiente tem como finalidade:

    • Prevenir, controlar e minimizar a poluição gerada pelos resíduos provenientes das atividades, investindo em novas tecnologias e utilizando processos menos poluentes; 
    • Assegurar que os colaboradores, quer os próprios, quer os contratados, possuem formação adequada, promovendo a importância da melhoria contínua e o cumprimento dos requisitos legais regulamentados que se aplicam aos serviços, às questões ambientais e à segurança e saúde no trabalho. 
    No que diz respeito à estratégia ambiental do porto, esta baseia-se:
    • Combate à poluição, na aplicação de medidas de prevenção, que possam minimizar as emissões para o ar, água e solo; 
    • Monitorização dos ambientes marinhos do porto, no controlo da qualidade das águas residuais, balneares e na monitorização dos efluentes gasosos da central de produção de vapor. 

    Espero que a minha prestação enquanto aluna estagiária, seja uma mais valia no que diz respeito às atividades desenvolvidas neste departamento.