quarta-feira, 29 de maio de 2013

Controlo e Monitorização das Águas Costeiras

Caros leitores, na sequência da notícia anteriormente publicada, vou falar-vos hoje, sobre a vigilância das águas costeiras da responsabilidade da APS.  

A água costeira (zona de mar mais próxima da costa) que define o concelho de Sines, pode ficar comprometida quanto à sua qualidade por diversos condicionantes, nomeadamente: 
  • Pelo funcionamento do Porto Sines e eventuais descargas não controladas de águas residuais urbanas e industriais (limpeza de navios, derrames de transferências, entre outros), ou então;
  • Por descargas não controladas de águas residuais domésticas e industriais (por exemplo, através da rede hidrológica superficial).
Deste modo, e garantindo assim, que a saúde pública não fique comprometida, a Universidade de Évora realiza, desde 1997, estudos de monitorização de ambientes marinhos do Porto de Sines, nomeadamente sobre, água, sedimento, substratos duros e organismos indicadores. O planeamento destes estudos tem em atenção a legislação nacional e comunitária sobre a avaliação da qualidade de ambientes marinhos, nas condições particulares do Porto de Sines.

Atualmente a APS utiliza o SIIG (Sistema de Informação e Identificação Geográfica), ferramenta transversal que suporta diferentes áreas de negócio, desde o Planeamento e Operações Portuárias, a Gestão de Concessões, o Cadastro e Ordenamento Portuário, a Gestão de Infraestruturas e Equipamentos, à Segurança e Ambiente.

O SIIG é um projecto suportado na Tecnologia ArcGIS e desenvolvido em parceria tecnológica com a Esri Portugal, assume relevância no âmbito da otimização dos recursos operacionais, reduzindo os tempos de espera de navios em porto e contribuindo para o aumento de eficiência das operações.



Figura 5 - Monitorização ambiental – consulta da evolução temporal dos indicadores ambientais (consulta gráfica)

No que diz respeito às águas balneares integradas na área de jurisdição da APS, o plano geral de vigilância implementado pela Universidade de Évora realiza exames químicos e microbiológicos, sendo estudadas várias variáveis. Os parâmetros  microbiológicas analisados são:

  • Coliformes totais e fecais, indicadores de poluição fecal;
  • Estreptococos fecais, também um indicador de poluição fecal, devendo ser monitorizado caso se manifestem indícios de deterioração da qualidade da água.

Os parâmetros físico-químicos são:

  • Temperatura e salinidade, variáveis de utilização geral na caracterização física de águas marinhas, podendo influenciar a concentração de contaminantes; 
  • Oxigénio dissolvido e pH, o oxigénio dissolvido é o principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição por lançamentos orgânicos,  as alterações de pH podem resultar diretamente de atividades humanas;
  • Transparência, utilizada como indicador de materiais em suspensão, potencialmente prejudiciais para os organismos filtradores e condicionadores da distribuição e abundância do plâncton;
  • Fenóis, podem ocorrer em descargas domésticas ou industriais, provêm da decomposição de detergentes;
  • Óleos e gorduras, quando vertidos em efluentes tratados ou em águas residuais, podem causar filmes superficiais e depósitos ao longo da linha de costa, provocando degradação ambiental;
  • Substâncias tensioactivas, são os principais componentes dos detergentes, estes compostos orgânicos, ou a sua mistura com hidrocarbonetos, podem ter maior toxicidade que os hidrocarbonetos isolados;
  • Hidrocarbonetos totais, podem ser resultantes de produtos derivados do petróleo,  podendo ser cancerígenos em baixas concentrações e, apesar de serem relativamente insolúveis na água, a sua elevada toxicidade justifica a sua monitorização em ambientes aquáticos.
Nestas ultimas semana de estágio, temo-nos dedicado à compilação dos dados resultantes do controlo e monitorização da caracterização ambiental do Porto de Sines, em documentos Excel,  com a finalidade de serem introduzidos no programa SIIG. Ficando assim disponível, informação importante e de fácil acesso a todos os utilizadores.



Documentos de Interesse:

terça-feira, 28 de maio de 2013

Qualidade das águas balneares diminui em Portugal mas cresce na União Europeia

Relatório anual da Agência Europeia do Ambiente conclui que 94% das águas balneares da União Europeia cumprem as normas para a qualidade na água. Portugal está entre os países com maiores valores de qualidade, mas caiu face ao ano anterior.

Segundo o relatório anual da Agência Europeia do Ambiente, que estudou a qualidade das águas balneares na União Europeia no Verão de 2012, 94% das zonas balneares cumprem as normas mínimas para a qualidade da água. Estes valores representam um crescimento de 2% face ao ano passado.

Em Portugal, a percentagem de zonas balneares com excelente qualidade de água é de 87%. Apesar de superar a média da UE, juntamente com a Grécia, Alemanha, Malta, Croácia, Finlândia, Itália e Espanha, é registada uma diminuição de 4,8 pontos percentuais face ao ano passado.

As autoridades portuguesas ofereceram dados relevantes para esta diminuição à Agência Europeia do Ambiente. A perda de qualidade das águas pode ser causada por se encontrar perto de riachos não tratados, com descargas de chuva recolhida. O sistema de drenagem pluvial pode também ser causa de poluição, provavelmente devido a descargas ilegais de águas residuais.

As autoridades informaram também que estão a ser feitos esforços para desenvolver a rede de tratamento de águas residuais urbanas para garantir que não são feitas descargas ilegais ou acidentais em água de qualidade.

Os piores casos apresentados em Portugal, para a época balnear de 2012 onde incide este estudo, que não preenchem os requisitos, são a praia fluvial do Agroal (em Tomar),praia fluvial de Fragas de S. Simão (Figueiró dos Vinhos), praia fluvial Pontilhão da Valeta (Arcos de Valdevez) e Praia de S.Roque (Lagos).

A costa litoral é a que apresenta maiores valores de zonas balneares com excelente qualidade de água, com a sua larga maioria classificada nesta categoria.

No centro e norte do país encontram-se a maioria das águas balneares com qualidade suficiente ou muito pobre.

Portugal representa cerca de 2,5% das águas balneares europeias, com 526 zonas registadas (incluindo Açores e Madeira).

21 Maio 2013, 15:23 por Maria Ribeiro
Jornal de Negócios